Em Janeiro do ano passado tive uma ideia: em vez de ler e depois arrumar na estante junto dos outros livros, à medida que lia os livros guardá-los num cantinho, para no fim do ano saber realmente quais e quantos livros li. Para minha surpresa, li bastante menos do que esperava. Aqui está a minha lista.
O melhor do ano:
Ganhou o Pulitzer e mereceu-o. Chabon conta uma história que começa durante a invasão Nazi de Praga e leva-nos até Nova Iorque dos anos 30 aos 50. Dois rapazes, um com demasiadas histórias para contar e outro que apenas quer desenhar, entram no mundo dos comic books americanos, no ano em que Superman e Action Comics se estreiam nas bancas de jornais. Mais do que o retrato de uma época, Kavalier & Clay é um retrato íntimo de uma Nova Iorque onde se tenta viver a promessa do novo mundo e lidar com a mágoa de quem ficou para trás, no turbilhão da Segunda Guerra.
Os outros (por nenhuma ordem especial):
A mixed bunch, como dizem os bifes. Entre os melhores The Dying Game, uma história da morte, dos seus rituais e costumes ao longo da história. Absolutamente fascinante. Também a série Flashman, que começa em meados do século XIX e nos mostra o mundo através das aventuras improváveis de um inglês com mais sorte do que juízo. Oscar Wilde and the Candlelight Murders apresenta-nos um Oscar com laivos de Sherlock, mas o autor consegue apanhar o wit tão característico, tornando a leitura um prazer divertido e intrigante. Tolkien's Gown são as memórias de um dealer de livros raros contemporâneos que conheceu toda a gente. Em Soon I Will be Invincible Grossman mostra-nos o outro lado dos super-heróis e super-vilões, tirando-os do mundo das quatro cores e colocando-os num mundo muito real. E Steven Saylor, claro, nunca desilude com The Triumph of Caesar....
Na banda desenhada, algumas descobertas e alguns regressos ao passado: descobri a excelente série Fables, reli Watchmen (na edição Absolute), Crisis on Infinite Earths (Absolute) e o excelente The Sandman, cujas edições Absolute me permitiram redescobrir o universo tão rico do Neil Gaiman.